Nesta obra revolucionária, Brás Cubas — um “defunto autor” — narra sua vida após a morte, revisitando com ironia suas experiências como membro da elite carioca do século XIX. A narrativa desconstrói convenções literárias e sociais através de:

1. Trajetória antiheroica:

   • Infância privilegiada e educação superficial

   • Adultério com Virgília (grande paixão proibida)

   • Projeto fracassado do “emplasto Brás Cubas”

2. Crítica social mordaz:

   • Hipocrisia da aristocracia escravocrata

   • Ciência como farsa (teoria do “humanitismo”)

   • Relações humanas como trocas interesseiras

3. Inovações formais:

   • Capítulos curtos e digressões filosóficas

   • Diálogo direto com o leitor

   • Humor negro (“não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria”)

Legado:
Considerado o marco do Realismo brasileiro, influenciou autores como Graciliano Ramos e Clarice Lispector.

Para quem ler:

• Quem aprecia ironia e psicologia profunda

• Interessados na formação da sociedade brasileira

Por que é atual:
Machado expõe com genialidade atemporal as contradições humanas entre desejo e vacuidade.