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Autor de obras potentes como O Avesso da Pele e De Onde Eles Vêm, Jeferson Tenório se consolida como uma das vozes mais importantes da literatura contemporânea brasileira. Suas narrativas mergulham nas dores e complexidades da identidade negra, mobilidade social e memória familiar, provocando reflexões profundas em leitores e críticos.

Nos últimos anos, Jeferson Tenório tem ganhado cada vez mais espaço nos círculos literários e sociais, tornando-se um nome recorrente em premiações, eventos acadêmicos e debates sobre literatura e raça no Brasil. Com uma escrita sensível e incisiva, ele transforma experiências de vida negra em material literário, resgatando memórias, denunciando violências e celebrando resistências.

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O Avesso da Pele: dor, ausência e herança

Publicado em 2020 pela Companhia das Letras, O Avesso da Pele é considerado um marco da ficção brasileira contemporânea. O livro venceu o Prêmio Jabuti 2021 na categoria Romance Literário e conquistou milhares de leitores.

A narrativa acompanha Pedro, um jovem negro que tenta reconstruir a história de seu pai, Henrique, um professor assassinado pela polícia. À medida que investiga a vida do pai, Pedro é confrontado com a violência estrutural, o racismo cotidiano e os silêncios da própria família. A obra é um mergulho íntimo na memória familiar, mas também uma crítica direta ao Estado, à educação racista e às instituições que desumanizam corpos negros.

Tenório constrói o texto com uma linguagem poética e direta, equilibrando lirismo e denúncia. O romance funciona como um espelho para o Brasil atual, revelando as cicatrizes deixadas por séculos de exclusão social e racismo estrutural.

De Onde Eles Vêm: juventude, invisibilidade e resistência

Lançado em 2024, De Onde Eles Vêm aprofunda ainda mais as questões raciais, agora com foco na juventude periférica e negra. A história gira em torno de um grupo de jovens que vive às margens de uma cidade marcada por contrastes sociais e raciais. Tenório aposta em múltiplos pontos de vista para mostrar o quanto a origem social, a cor da pele e o território influenciam nas possibilidades de existência.

Em vez de estereótipos, os personagens são construídos com camadas complexas, revelando medos, sonhos, frustrações e resistências. A obra é um grito contra a invisibilidade e uma defesa da potência da juventude negra.

Com esse novo livro, Tenório reafirma seu lugar como um escritor que fala não apenas sobre, mas a partir de uma vivência negra, e convida o leitor a repensar o país que habitamos.

Literatura como ferramenta de transformação

A trajetória de Jeferson Tenório é, por si só, uma narrativa de mobilidade social marcada por desafios. Nascido no Rio de Janeiro e radicado em Porto Alegre, ele foi o primeiro da família a concluir o ensino superior. Formado em Letras e com mestrado em Literatura, começou escrevendo contos e textos críticos antes de se lançar nos romances.

Seu trabalho tem sido objeto de estudos acadêmicos e integra programas educacionais voltados à valorização da cultura afro-brasileira. Tenório também é presença constante em feiras literárias e projetos sociais, onde fala sobre o papel da literatura na formação da consciência crítica e na construção de uma sociedade mais justa.

Uma voz necessária no Brasil de hoje

A obra de Jeferson Tenório rompe o silêncio sobre questões urgentes como o genocídio da juventude negra, o racismo institucional e a ausência de políticas públicas de inclusão. Ao mesmo tempo, valoriza a cultura, a afetividade e a memória dos povos negros, dando protagonismo a quem historicamente foi colocado à margem.

Em tempos de polarização e retrocessos sociais, sua literatura se torna ainda mais relevante — não apenas como denúncia, mas como espaço de escuta, de memória e de cura.


Por que ler Jeferson Tenório?

  • Porque suas obras ajudam a entender o Brasil real, para além dos discursos oficiais.

  • Porque ele escreve com beleza, força e compromisso social.

  • Porque seu trabalho é literatura, mas também ação política.

  • Porque, ao conhecer suas histórias, somos desafiados a repensar nossos privilégios, silêncios e responsabilidades.


 

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