💔 1. Virginia Woolf: O adeus antes do silêncio
Poucos documentos literários são tão pungentes quanto a última carta de Virginia Woolf a seu marido, Leonard, antes de tirar a própria vida em 1941.
“Querido, tenho certeza de que estou enlouquecendo novamente. […] Estou fazendo o que me parece ser a melhor coisa a fazer.”
Com clareza dolorosa, Woolf demonstra seu amor por Leonard ao mesmo tempo que reconhece sua própria dor insuportável. A carta é frequentemente citada por estudiosos como um dos registros mais profundos da luta de uma artista com a depressão — e do amor incondicional que ela sentia por quem a apoiava.
🥀 2. Franz Kafka: A angústia como matéria-prima
As cartas de Kafka revelam muito mais que seus romances e contos. Especialmente as que ele trocou com Felice Bauer, sua noiva intermitente.
“Escrever significa abrir-se completamente à angústia, como se fosse o único alimento possível.”
Kafka era obcecado por seus próprios medos: da morte, da solidão, da doença. Suas cartas misturam lucidez e ansiedade em doses inquietantes. Ele questionava a si mesmo constantemente, não se achava digno do amor de Felice e duvidava da própria capacidade de viver em sociedade. Um verdadeiro retrato do sofrimento criativo.
🔥 3. Clarice Lispector: A força da sensibilidade
Pouco afeita a cartas públicas, Clarice Lispector ainda assim deixou registros importantes de sua intimidade — sobretudo nas cartas para amigos e familiares. Em um bilhete enviado ao filho, Paulo, enquanto estava internada:
“Quando eu escrevo, eu não sou mãe nem mulher. Sou o nada tentando encontrar uma voz.”
Essa pequena frase resume o dilema de Clarice entre a criação literária e os papéis sociais. Suas cartas mostram uma mulher complexa, espiritualmente intensa, sempre entre o mistério e o real.
🎭 4. Machado de Assis: Entre ironia e afeição
Conhecido por sua escrita refinada e olhar crítico, Machado de Assis também se revelava generoso e afetuoso em sua correspondência. Em uma das cartas à esposa Carolina, escreveu:
“Você é meu sol nas manhãs cinzentas de uma alma nervosa.”
Pouco afeito ao romantismo exagerado, essa declaração mostra um lado sensível de Machado — o homem por trás do intelectual. Suas cartas também revelam preocupação com a saúde dela, suas próprias crises nervosas e o carinho que sustentou o casamento deles por mais de 35 anos.
📖 5. Sylvia Plath: Medos, maternidade e criação
As cartas da poeta Sylvia Plath, especialmente para sua mãe, são verdadeiros diários emocionais. Em uma delas, após o nascimento do primeiro filho, ela desabafa:
“Eu tenho medo de perder minha mente e minha poesia no ritmo do leite e das fraldas.”
As palavras de Sylvia mostram o conflito entre ser mulher, artista e mãe nos anos 1950 — temas que ecoam fortemente até hoje.